free counters

sábado, 7 de janeiro de 2012

“Tadeu me deve um pneu”

“Tadeu me deve um pneu”

Waldyr Senna Batista

São milhares de buracos, de todos os diâmetros e profundidades, infernizando a vida da população, que, no entanto, em meio a impropérios e a palavrões, encontra bom humor revidar: “Tadeu me deve um pneu”, é a mensagem que se multiplica por aí, a titulo de desabafo.

O prefeito deve estar recebendo olimpicamente essa manifestação, assimilando-a na medida do possível, enquanto cai a chuva abundante, sem esquecer que, sobre o mesmo tema, ele foi implacável e até impiedoso ao tempo em que empunhava o estilingue. Agora, na condição de vidraça, pede calma e compreensão ao contribuinte, que lhe debita os pneus e as suspensões danificados pelas crateras.

Culpar as administrações anteriores por essa herança maldita, em grande parte fruto da imprevidência de todas elas, inclui as do atual prefeito, que está no terceiro mandato e perseguindo o quarto. As duas últimas fizeram, cada uma, muito mais do que a atual no quesito recapeamento do asfalto. A atual limitou-se a tapar buracos, com remendos que se soltaram ao primeiro pingo de chuva. Como sempre aconteceu.

Jairo Ataíde, em oito anos, construiu uma avenida de alguns quilômetros, com quatro pistas, recapeou a rua Santa Maria (Todos os Santos), parte das avenidas Cula Mangabeira e Mestra
Fininha (Centro), além da Cel. Luiz Maia (Roxo Verde). Em termos de quilometragem, o crédito dele é invejável.
Athos Avelino veio depois e fez sua parte: em quatro anos, revitalizou a Av. Cel. Prates, o “quarteirão do povo” (Simeão Ribeiro) e a Flamarion Wanderley, recuperou o asfalto no entorno da Praça de Esportes e na rua Belo Horizonte e reconstruiu a Av. Ovídio de Abreu.

Além disso, os dois mantiveram a operação tapa-buracos, que nem deveria ser mencionada neste balanço, porque tem de ser rotina enquanto o asfalto apodrecido de mais de quarenta anos, no centro da cidade, continuar atazanando a vida da população que paga impostos.

A atual administração assumiu anunciando financiamento de R$ 24 milhões na Caixa Federal, para asfaltamento de 600 ruas em bairros populares. Projeto ambicioso, de claro efeito eleitoral, que consta ter se inviabilizado devido a dificuldades para a obtenção do CRP (certificado de regularidade previdenciária), sem o qual as prefeituras e os governos estaduais inadimplentes com a previdência social (Prevmoc, local, e INSS, federal) ficam impedidos de levantar recursos na esfera federal.

A alternativa foi vender imóveis do município, entre eles parte da Praça de Esportes. O dinheiro a ser apurado nessas operações (se não houver objeções judiciais, claro) deverá ser aplicado em projetos que, rigorosamente, não figurariam em nenhuma lista de prioridades da cidade. Mas a atribuição é de quem tem a caneta na mão.

O problema agora, além da falta de dinheiro, é a escassez de tempo para a realização de obras. Para a atual administração, que nada de expressivo realizou até agora, a contagem regressiva já se acelerou, de tal forma que o ano que começou na semana passada terá duração de 120 dias, aí incluídos feriadões de Carnaval e Semana Santa.

Na prática, terminará em abril, que é quando as composições com vistas às eleições deverão estar concluídas. Além disso, os prazos estabelecidos pela legislação eleitoral reduzem bastante o raio de ação dos candidatos.

Extraído do montesclaros.com