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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Venda da Praça de Esportes


Prefeitura bate o martelo e vende praça nesta quinta; trânsito pode ficar ainda mais caótico


Lucilene Porto
Repórter

O trânsito na área central, a mais movimentada de Montes Claros, que engloba o entorno da Praça de Esportes, poderá ficar ainda mais congestionado nos próximos meses. A prefeitura enviou nota à imprensa informando que a Praça de Esportes deverá ser vendida nesta quinta-feira (14), ao preço mínimo de 29 milhões e 400 mil. O local a ser vendido fica nos fundos da praça, e deverá ostentar um supermercado e estacionamento aumentando ainda mais o fluxo de veículos no local.


Nesta semana, equipe de O Norte acompanhou um dos horários de pico no entorno da Praça, por onde passam milhares de carros, motos, caminhões, pedestres, lotações e ciclistas que vêm de ruas adjacentes como Dulce Sarmento, João XXIII e Padre Chico.


O local que deverá ser vendido é considerado pela Prefeitura como de desuso e tem frentes para as avenidas Padre Chico, Alfredo Coutinho e Armênio Veloso, vias de intensa movimentação. Na primeira, além do volume de veículos que descem da rua Coronel Joaquim Costa, há ponto de lotação, inclusive para troca de motoristas, e ainda, caminhões que descarregam produtos em supermercado que fica na mesma avenida. Ao contornar a praça, na esquina da Igreja Universal do Reino de Deus, para pegar a Alfredo Coutinho, o motorista se depara com outro problema, a falta de um semáforo para organizar os veículos que vem da avenida Dulce Sarmento.


Mais à frente, o trânsito fica ainda mais afunilado no cruzamento das avenidas Armênio Veloso, Alfredo Coutinho e Artur Bernardes. Ao contornar a praça, voltando para o centro, o motorista encontra novo congestionamento. Dessa vez, ele deve esperar os veículos que vêm da João XXIII para pegar a Armênio Veloso. Nesta avenida, há novos pontos de ônibus coletivo, caminhões estacionados do lado direito e saída de veículos de posto de combustível.
O mototaxista Antônio Rodrigues é contrário a venda da Praça de Esportes. Para ele, não se pode vender o patrimônio público.


-Um terreno desse cai na mão do empresário. No fim, o dinheiro da praça some. Daqui um ano, ninguém mais lembra do que foi feito com esse dinheiro. Se deixarmos vender a Praça, abre espaço para vender outros bens, inclusive o poliesportivo. Quem perde com tudo isso é o povo, que fica sem a memória da cidade.


Em relação ao trânsito no local, o mototaxista disse que o fluxo ali é intenso o tempo todo, e que a situação poderá ficar ainda pior com a instalação de mais um supermercado no local, ou mesmo de um estacionamento.


-Vai ficar difícil para sair aí de dentro, porque vem carro de todas as direções. Ficará muito perigoso.


Com experiência de mais de 10 anos no volante, o motorista Jadir Soares disse que o entorno da praça é bastante complicado para estacionar.


-É notório que a Praça está abandonada, bem como as piscinas juntando foco da dengue. Precisa ser feito alguma coisa no local, não sei se vender será a melhor opção, mas o espaço deve ser melhor utilizado, com projetos sociais ou outro tipo de benefício para a população, opinou.


Para o motorista, a construção de um terminal rodoviário, e até mesmo de um estacionamento rotativo, que fosse de propriedade do município, seria uma boa opção.
-O problema do trânsito é em toda Montes Claros. Aqui, devido ser o coração da cidade, é ainda mais complexo. Certamente, a instalação de um empreendimento neste local irá influenciar diretamente no trânsito, disse Jadir reforçando que as imediações da Praça carecem de agentes para organizar o trânsito e agentes de polícia para evitar pequenos furtos a caminhões.


Já o comerciante Leandro Moura salienta que a instalação de um semáforo no entorno das praças ajudaria a solucionar, ao menos, o problema dos pedestres que sofrem para atravessar a pista.


-A venda da praça traz um lado bom e um ruim para o comerciante. O primeiro é que com a posterior instalação de um supermercado ou estacionamento que for, certamente irá aumentar o movimento nas vendas do comércio local. Ao mesmo tempo, temos que pensar no trânsito aqui, que vai ficar igual aos grandes centros como São Paulo. Estas ruas principais ,de acesso a praça, ficarão cheias e o motorista vai ter de sair mais cedo de casa, frisou.


De acordo com Leandro Moura, antes de se vender a praça, eles já devem pensar numa alternativa para fluir o trânsito no local.


A licitação na modalidade de concorrência acontece a partir das 9 horas, no setor de Licitações da prefeitura e será do tipo maior lance ofertado. O terreno a ser vendido possui 14 mil metros quadrados.


A promessa do prefeito é de utilizar o dinheiro arrecadado com a venda da praça nas construções do estádio municipal, o Mocão, e de um teatro municipal. O primeiro deverá ter 15 mil lugares.

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