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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Chega de promessa!

Samuel Nunes
Repórter

Cartazes, gritos de ordem, vaias em alguns momentos para representantes do poder executivo e cobranças contundentes direcionadas à administração municipal. Foi o que fizeram os quase 100 moradores do bairro Vila Castelo Branco, na noite da última quinta-feira (29), na Câmara Municipal de Montes Claros, em audiência pública proposta pelo vereador Claudim da Prefeitura (PPS). O parlamentar disse que é preciso que a atual administração cumpra as promessas de campanha, que transforme as promessas em realidade, para a população receba os benefícios pelos quais paga anualmente. Na Vila Castelo Branco, por exemplo, afirma ele, os moradores estão lançados à própria sorte, ou seja, totalmente abandonados.

- Os moradores da Vila Castelo Branco têm dois sonhos, que diante da inércia da administração municipal parecem muito distantes: rede de esgoto ligada às residências, acabando com as fossas existentes nesta comunidade e o término das obras do conjunto habitacional, que anda a passo de tartaruga, com apenas dois pedreiros e três serventes trabalhando. É preciso que as casas sejam concluídas logo, para que aqueles que residem embaixo da rede de energia elétrica sejam retirados, pois estão correndo risco de morte, morando neste local extremamente perigoso, alerta o vereador.

O vereador afirmou ainda que, diante da morosidade para conclusão das obras, estará recolhendo assinatura dos moradores, que será protocolada no Ministério Público para que providências sejam tomadas.


Desabafo

Durante a audiência na Câmara Municipal, moradores da Vila Castelo Branco tiveram a oportunidade de se dirigirem ao microfone para, reivindicar aos presentes, melhorias para a comunidade. Geovacina Macedo Gomes, demonstrando indignação e em tom de desabafo disse:

- Não somos cachorros para sermos jogados ao léu! É uma vergonha a situação em que estamos vivendo.

A morada cobrou dos representantes da administração e da Copasa que providências imediatas venham a ser tomadas, uma vez que a comunidade da Vila Castelo Branco está cansada de promessas que nunca saem do papel.

Cleidson Rocha Ferreira reclama da ausência de qualquer tipo de projeto social para a comunidade.

Sandra Magalhães, também moradora, lembra que na Vila Castelo Branco não há creche, escola, posto de saúde, ruas asfaltadas e nem rede de esgoto nas residências.

- O abandono é total, é um absurdo a situação da Vila Castelo Branco. Para se ter ideia, ainda há muitas famílias que moram em lonas pretas, revela.

O líder comunitário Gonçalo Cordeiro, afirma que é preciso mais atenção por parte do poder público municipal, uma vez que muitos moradores vivem em condições desumanas. Segundo ele, muitos além dos que vivem com a família em lonas pretas, existem os que moram em um cômodo apenas e as paredes do pequeno espaço se encontram rachadas.


Promessas da administração

Ao O Norte, o secretário municipal de Obras, João Henrique Ribeiro, disse que o processo licitatório para a construção de 193 casas está em análise, no setor competente da Caixa Econômica Federal. Ele explicou que assim que o processo for liberado, será aberta ordem de serviço para que a empresa vencedora da licitação execute o serviço. Ribeiro lembra que as 193 casas serão de responsabilidade da empresa licitante e que outras 75 residências ficarão sob responsabilidade da Esurb. O secretário afirmou ainda, que o volume de recursos é da ordem de cerca de 9 milhões de reais.

Indagado pela reportagem quanto a uma data para reinicio das obras, o secretário de Obras, João Henrique Ribeiro, afirmou que a expectativa é de que no inicio de abril a obra seja reiniciada. Quanto ao término, a previsão para conclusão das obras é de cerca de um ano, a partir do seu reinicio.


Promessas da Copasa

Em relação às fossas entupidas, em praticamente todo o bairro Vila Castelo Branco, o representante da Copasa, Antônio Carlos Câmara Junior, disse que a ordem de serviço para realizar a sucção das fossas já está liberada. Já quanto à falta de rede de esgoto nas residências dos moradores, oficio encaminhado à Câmara Municipal, no inicio do ano, pelo diretor de Operações da Copasa, Márcio Kangussu, informa que a empresa está impossibilitada de atender à solicitação dos moradores da Vila Castelo Branco, pois as residências encontram-se em área de risco, sob a linha de transmissão da Cemig. Informa ainda, que só após a devida regularização da situação a Copasa poderá realizar novos estudos técnicos para implantar o sistema de esgotamento nas residências.

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